O impacto destes incidentes vai muito além das perdas financeiras, ameaçando a continuidade do negócio, a reputação e a estabilidade económica.

De acordo com a Check Point Research, as organizações do setor industrial registaram uma média de 1.585 ataques semanais em 2025.

Este setor é particularmente atrativo para os cibercriminosos devido à sua baixa tolerância a paragens operacionais; os atacantes sabem que cada hora de produção interrompida pode custar milhões, tornando os fabricantes alvos ideais para ransomware.

Exemplos recentes ilustram a gravidade das consequências: a Clorox sofreu perdas trimestrais de 356 milhões de dólares em 2023, e a fabricante alemã Schumag AG enfrentou a insolvência em 2024 após disrupções prolongadas causadas por um ataque. A vulnerabilidade do setor é amplificada pela sua dependência de vastas redes de fornecedores e de sistemas IoT/OT interligados, onde um único parceiro comprometido pode desencadear um efeito em cascata por toda a cadeia de abastecimento.

Para além do crime organizado, intervenientes patrocinados por Estados também visam a indústria para roubar propriedade intelectual — como projetos de drones e tecnologias automóveis avançadas — e para provocar disrupção estratégica.

Esta dimensão geopolítica transforma a cibersegurança de uma questão técnica num assunto de competitividade nacional. A Check Point Software aconselha os executivos a tratarem a cibersegurança como um risco estratégico de negócio, recomendando a incorporação de resiliência nas operações, a proteção da cadeia de abastecimento, a defesa da propriedade intelectual e o investimento em estratégias de defesa proativas.