A controversa proposta de lei da União Europeia, conhecida como "Chat Control", enfrenta um obstáculo significativo após a Alemanha ter confirmado a sua oposição, enquanto a aplicação de mensagens seguras Signal ameaça abandonar o mercado europeu se a legislação avançar. A proposta, que visa combater a partilha de material de abuso sexual infantil online, é amplamente criticada por especialistas em privacidade e cibersegurança por minar a encriptação de ponta a ponta. A legislação obrigaria as plataformas de comunicação digital, como o WhatsApp e o Signal, a analisar todas as mensagens privadas, incluindo imagens, vídeos e links, antes de serem encriptadas e enviadas. Esta técnica, conhecida como "client-side scanning" (análise do lado do cliente), é vista pelos seus opositores como uma forma de vigilância em massa que cria "portas traseiras" (backdoors) nos sistemas de comunicação.
Udbhav Tiwari, vice-presidente da Signal, comparou a medida a um "malware", afirmando que esta "nega o propósito da encriptação" e representa um "risco existencial catastrófico" para o serviço na Europa.
A forte posição da Alemanha contra a proposta torna a sua aprovação no Conselho da UE praticamente impossível, uma vez que é necessária uma maioria qualificada. Esta decisão alemã é vista como uma vitória para os defensores da privacidade, que argumentam que o enfraquecimento da encriptação para um propósito, por mais nobre que seja, a enfraquece para todos, abrindo a porta a abusos por parte de criminosos e regimes autoritários.
Em resumoA proposta de lei 'Chat Control' da UE, que imporia a análise de todas as comunicações digitais privadas, sofreu um grande revés com a oposição formal da Alemanha. A medida, criticada por minar a encriptação e a privacidade, levou a plataforma Signal a ameaçar sair da Europa, evidenciando o profundo conflito entre segurança e direitos fundamentais no espaço digital.