A medida visa travar a aquisição de processadores desenvolvidos especificamente para contornar as restrições de exportação dos EUA e, simultaneamente, combater o contrabando, reforçando a aposta de Pequim na autossuficiência tecnológica.

Nas últimas semanas, equipas de funcionários das alfândegas foram mobilizadas para realizar "inspeções rigorosas" nos principais portos do país.

O alvo inicial eram os chips de IA da Nvidia concebidos para o mercado chinês, como o H20 e o RTX Pro 6000D, cuja compra já tinha sido desaconselhada por Pequim a gigantes tecnológicas como a Alibaba e a ByteDance. No entanto, o âmbito das inspeções foi alargado a todos os semicondutores avançados para reprimir também o mercado negro, que, segundo o Financial Times, terá movimentado pelo menos mil milhões de dólares em chips de topo da Nvidia entre maio e julho. Esta ofensiva regulatória faz parte de uma estratégia mais ampla do governo chinês para canalizar recursos e encomendas para os fabricantes nacionais de semicondutores.

Segundo os reguladores chineses, os chips produzidos localmente já atingem níveis de desempenho comparáveis aos produtos autorizados da Nvidia, tornando a dependência da tecnologia estrangeira menos necessária.

A medida representa mais um capítulo na crescente rivalidade tecnológica entre a China e os Estados Unidos, com Pequim a tomar medidas assertivas para proteger e desenvolver a sua indústria interna.