O país atingiu um número recorde de ataques semanais e regista uma crescente vulnerabilidade dos dispositivos ligados à Internet das Coisas (IoT).

A investigação da Equipa Global de Análise e Investigação (GReAT) da Kaspersky identificou quase 50 mil ataques a dispositivos IoT em Portugal durante 2024, visando sobretudo equipamentos vulneráveis como routers. A proliferação de dispositivos inteligentes em casas e escritórios, desde televisores e câmaras a impressoras e sistemas de aquecimento, expandiu a superfície de ataque.

Os cibercriminosos exploram falhas comuns, como palavras-passe fracas, configurações incorretas e vulnerabilidades não corrigidas, para sequestrar estes equipamentos e integrá-los em botnets.

Estas redes de dispositivos controlados são depois utilizadas para roubo de informações, espionagem, mineração de criptomoedas e ataques de negação de serviço distribuído (DDoS).

María Isabel Manjarrez, investigadora da Kaspersky, sublinha que “a segurança da IoT é uma responsabilidade coletiva” e que “uma casa, um escritório ou uma operação inteligente não é realmente inteligente se não for segura”.

Complementarmente, o relatório da Check Point de setembro de 2025 revelou que Portugal atingiu um recorde de 2.061 ciberataques semanais por organização, um aumento de 5% que contraria a tendência de ligeira descida a nível global. Estes números estão em linha com os dados do CNCS, que já em 2024 havia registado mais de 2.700 incidentes, afetando maioritariamente o setor privado. Para mitigar estes riscos, os especialistas recomendam a adoção de boas práticas, como a configuração rigorosa da segurança dos dispositivos, a utilização de palavras-passe fortes, atualizações regulares e a segmentação de redes em ambientes corporativos.