As autoridades taiwanesas atribuem a maioria destas operações à China, que utiliza táticas de 'zona cinzenta' para desestabilizar, roubar informações confidenciais e influenciar a opinião pública. Num documento divulgado, a Rede de Serviços Governamentais indicou que os ataques se concentram em áreas estratégicas como “projetos de infraestruturas críticas”, “informações confidenciais sobre a cooperação governamental no estrangeiro”, defesa nacional e comunicações.

O objetivo dos piratas informáticos é interromper o desenvolvimento de infraestruturas essenciais e obter dados sensíveis. Para além dos ataques diretos, o NSB identificou mais de 1,5 milhões de “informações controversas” ou notícias falsas disseminadas em redes sociais através de perfis anómalos.

Estas campanhas de desinformação visam fomentar o confronto interno, semear a desconfiança em relação aos Estados Unidos e amplificar narrativas pró-Pequim, numa estratégia descrita como “usar Taiwan para atacar Taiwan”.

As autoridades acusam o exército e as agências de segurança chinesas de organizarem uma “rede coordenada” e um “exército cibernético”, composto também por civis, para lançar estas operações. A ofensiva insere-se num contexto mais amplo de táticas de 'zona cinzenta', que incluem também o envio de balões de ar quente através do Estreito de Taiwan. Estes atos ocorrem no quadro da crescente pressão de Pequim pela “reunificação nacional” com a ilha, que considera parte do seu território.