A cibersegurança é cada vez menos uma questão puramente tecnológica e mais um desafio de cultura organizacional, onde as pessoas representam tanto o elo mais vulnerável como a principal linha de defesa. Especialistas como Nuno Durval, CISO da Inetum, e José Barros, CEO da Switch Digital, sublinham que, por melhores que sejam os sistemas de proteção, basta um descuido humano para que toda a segurança de uma empresa desmorone. Relatórios do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) indicam que as ameaças que exploram o “fator humano” estão a crescer exponencialmente, com muitos ataques a terem sucesso porque um colaborador clicou num 'link' malicioso.
A Agência Europeia para a Cibersegurança (ENISA) reforça que capacitar as pessoas é fundamental, não apenas para cumprir regras, mas para internalizar a segurança como um valor diário.
Esta abordagem, segundo Nuno Durval, alinha-se com vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, como a Educação de Qualidade (ODS 4) e o Trabalho Digno (ODS 8).
José Barros alerta que os ataques estão cada vez mais sofisticados, visando as emoções: “Hoje já temos ataques por texto, amanhã serão por vídeo. O que está a ser atacado são as emoções”.
A solução passa por uma estratégia contínua de formação prática, liderança pelo exemplo e comunicação criativa para manter o tema vivo e acessível.
Em vez de punir erros, as organizações devem transformá-los em oportunidades de aprendizagem, transformando a cibersegurança numa vantagem competitiva e num pilar da sustentabilidade do negócio.
Em resumoA crescente sofisticação das ameaças digitais, que exploram cada vez mais a psicologia humana, torna imperativo que as organizações invistam numa cultura de cibersegurança robusta. A formação contínua, a liderança exemplar e a comunicação eficaz são os pilares para transformar cada colaborador num guardião digital, tornando a segurança um ativo estratégico e não apenas um custo operacional.