A adoção de inteligência artificial é vista como uma solução, mas a falta de competências para a gerir cria, paradoxalmente, novas vulnerabilidades.

O "2025 Global Cybersecurity Skills Gap Report" apurou que 86% das organizações sofreram pelo menos um ciberataque no último ano, e quase um terço enfrentou cinco ou mais violações.

De forma alarmante, mais de metade (54%) dos inquiridos atribui estas falhas de segurança diretamente à falta de competências e formação nas suas equipas.

O impacto financeiro é significativo, com 52% das empresas a reportarem perdas superiores a um milhão de dólares devido a estes incidentes.

Embora a inteligência artificial (IA) seja amplamente vista como uma ferramenta crucial para reforçar as defesas — 97% das organizações já a utilizam ou planeiam utilizá-la —, a sua implementação eficaz é dificultada pela falta de conhecimento especializado.

Quase metade (48%) dos decisores de TI admitem não ter especialistas com conhecimentos suficientes em IA.

Esta lacuna é evidenciada pelo facto de 76% das empresas que sofreram nove ou mais ataques já terem ferramentas de IA implementadas, o que demonstra que a tecnologia por si só não é uma panaceia. Conforme afirma Carl Windsor, CISO da Fortinet, "sem colmatar a lacuna de competências, as organizações continuarão a enfrentar taxas crescentes de ameaças e custos cada vez mais elevados".

O relatório aponta ainda para uma diminuição no apoio financeiro das empresas à obtenção de certificações profissionais, o que pode agravar o problema a longo prazo.