Várias páginas oficiais do Governo português, com a extensão .gov.pt, foram utilizadas para alojar e publicitar ofertas de IPTV pirata, revelando uma grave falha de segurança. A Polícia Judiciária (PJ) já abriu uma investigação ao caso, na sequência de uma queixa apresentada pela Associação para a Gestão Coletiva de Direitos de Autor e de Produtores Cinematográficos e Audiovisuais (GEDIPE). As páginas comprometidas pertenciam a diversas entidades governamentais, incluindo o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) — nomeadamente os seus subdomínios dedicados ao Museu do Desporto e ao Plano Nacional de Ética no Desporto — e o Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das Finanças.
Em resposta à Lusa, o IPDJ confirmou que “a situação identificada foi prontamente mitigada”, tendo sido implementadas medidas corretivas imediatas.
O instituto assegurou que “não foi detetado qualquer tipo de comprometimento de conteúdos” e revelou que uma auditoria interna à segurança dos sistemas, planeada previamente, terá início durante o corrente mês. A GEDIPE confirmou a denúncia às autoridades e a notificação ao Executivo sobre a falha de segurança que permitiu o alojamento de anúncios para transmissão televisiva ilegal em domínios governamentais. O incidente expõe vulnerabilidades significativas na infraestrutura digital do Estado português, levantando questões sobre a proteção de ativos digitais oficiais contra o abuso por parte de terceiros para atividades ilícitas.
Em resumoO alojamento de anúncios de IPTV ilegal em sítios oficiais do Governo português expôs uma falha de segurança de relevo, que motivou uma investigação da Polícia Judiciária e levantou questões sobre a postura de segurança das plataformas digitais nacionais.