A polémica surgiu quando a Ruter, a maior operadora de transportes públicos da Noruega, realizou uma auditoria de cibersegurança à sua frota e concluiu que os autocarros da marca chinesa Yutong possuíam uma "porta de acesso" que permitia ao fabricante um controlo digital direto sobre cada veículo. Embora o acesso remoto se destine a atualizações de software e diagnósticos, a auditoria confirmou que, teoricamente, existia a possibilidade de imobilizar ou desativar os veículos à distância. A Yutong, por sua vez, garantiu que cumpre as leis europeias e que os dados da União Europeia são protegidos num centro de dados em Frankfurt, na Alemanha.
A preocupação rapidamente se alastrou a outros países.
A Dinamarca confirmou ter detetado o mesmo tipo de vulnerabilidade na sua frota, que inclui 262 autocarros da Yutong.
Em Portugal, a Guimabus, concessionária dos transportes de Guimarães, iniciou um processo de averiguação para verificar se os seus veículos da mesma marca continham cartões SIM ocultos que pudessem enviar dados para a China. O caso transcende a simples falha técnica, abrindo um debate mais amplo sobre a segurança de veículos conectados e a dependência de tecnologia proveniente de países específicos em setores estratégicos. Bernt Reitan Jenssen, diretor executivo da Ruter, alertou para a urgência de aplicar medidas de segurança, afirmando: "A próxima geração de autocarros terá uma maior integração tecnológica entre sistemas, o que tornará mais difícil implementar firewalls. Temos, portanto, uma janela tecnológica limitada para aplicar as medidas de segurança necessárias agora".













