Uma investigação subsequente ao roubo de joias no Museu do Louvre revelou um cenário de negligência alarmante em cibersegurança, incluindo sistemas operativos desatualizados há mais de duas décadas e palavras-passe perigosamente simples. As falhas demonstram como a ausência de práticas de segurança básicas pode comprometer até as instituições culturais mais prestigiadas do mundo. No rescaldo do furto de joias da coroa francesa, avaliadas em 88 milhões de euros, a investigação expôs um quadro de obsolescência e vulnerabilidade sistémica. Um dos exemplos mais flagrantes foi a palavra-passe para aceder ao sistema de videovigilância, que era simplesmente "Louvre". Outro sistema, fornecido pela empresa Thales, era acessível com a palavra-passe "THALES".
Estas credenciais triviais facilitaram o acesso não autorizado a infraestruturas críticas de segurança.
A investigação revelou ainda que o software Sathi, responsável pela supervisão das câmaras e controlo de entradas, não recebia atualizações desde a sua aquisição em 2003 e corria num servidor com o sistema operativo Windows Server 2003, cujo suporte da Microsoft terminou em 2015.
Esta combinação de software obsoleto e sistemas operativos sem suporte de segurança criou um ambiente de alto risco. Especialistas em cibersegurança demonstraram que era possível aceder à rede de segurança do museu a partir de computadores administrativos comuns e, a partir daí, comprometer o sistema de videovigilância e alterar permissões no banco de dados de controlo de acesso.
Apesar das evidências, a ministra da Cultura francesa, Rachida Dati, declarou inicialmente que "os sistemas não falharam", uma afirmação que contrasta fortemente com as conclusões da investigação.
Em resumoO incidente no Louvre serve como um lembrete contundente de que nem as instituições de maior renome estão imunes a falhas básicas de cibersegurança. A utilização de palavras-passe fracas e software obsoleto criou vulnerabilidades críticas, sublinhando a necessidade urgente de vigilância constante, atualizações regulares e uma cultura de segurança robusta para proteger ativos de valor incalculável.