O crime, que decorria desde 2018, visava um programa desenvolvido por uma empresa alemã, utilizado em clínicas a nível mundial. A operação da PJ desmantelou um esquema sofisticado de cibercrime que visava a propriedade intelectual de uma empresa sediada na Alemanha. Segundo as autoridades, o suspeito acedia de forma não autorizada ao sistema informático da empresa, apropriando-se do software que controla equipamentos médicos e manipulando as suas atualizações.

Posteriormente, vendia o programa pirateado, tendo acumulado, desde 2018, um lucro ilícito que ultrapassa os 700 mil euros.

O detido foi presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação adequadas.

Este caso reveste-se de particular gravidade não só pelo elevado valor financeiro envolvido, mas também por visar o setor da saúde.

A manipulação de software que controla equipamento médico representa um risco potencial para a segurança e eficácia dos tratamentos, podendo ter consequências diretas para os pacientes.

A ação da Polícia Judiciária evidencia a crescente complexidade do cibercrime, que já não se limita ao roubo de dados pessoais ou financeiros, mas que se estende à apropriação e comercialização ilegal de tecnologia crítica e especializada, com implicações que podem transcender o domínio puramente económico.