Um relatório da Check Point Research revela uma transformação alarmante no panorama da ciberextorsão, com um aumento de 25% no número de vítimas de ransomware no terceiro trimestre de 2025 e uma fragmentação recorde do cenário do cibercrime, agora composto por 85 grupos ativos. A análise detalha que foram registadas 1.592 vítimas de extorsão divulgadas publicamente entre julho e setembro, refletindo uma média de 535 ataques por mês. A principal mudança estrutural é a descentralização do ecossistema, que deixou de ser dominado por um pequeno número de grandes grupos para se pulverizar em dezenas de operações menores e mais ágeis. Segundo Omer Dembinsky, Data Research Manager da Check Point Research, esta estrutura torna o ecossistema “mais volátil, mais difícil de rastrear e mais perigoso para as vítimas”.
As operações policiais de grande escala, como a operação “Cronos”, continuam a ter impacto, mas este é frequentemente de curto prazo, pois os afiliados dos grupos desmantelados migram rapidamente para outras redes, mantendo o volume global de ataques praticamente inalterado.
O relatório destaca o regresso do grupo LockBit, que lançou a versão 5.0 após uma intervenção policial, e a ascensão de outros grupos como o Qilin, que se tornou o mais ativo do ano com uma média de 75 vítimas por mês, e o DragonForce, que triplicou a sua atividade.
Os Estados Unidos continuam a ser o principal alvo, concentrando metade dos ataques globais, enquanto os setores mais afetados são a indústria transformadora, os serviços empresariais, a saúde e o setor financeiro.
Em resumoO ecossistema de ransomware em 2025 é mais fragmentado, resiliente e competitivo do que nunca, funcionando como uma verdadeira economia paralela. A proliferação de grupos menores e independentes demonstra que as ações policiais, embora disruptivas, têm um efeito temporário, com os cibercriminosos a adaptarem-se rapidamente e a manterem a pressão sobre organizações em todo o mundo.