O caso expõe a crescente necessidade de cibersegurança robusta no setor dos transportes públicos, à medida que as frotas se tornam mais inteligentes e digitalizadas.
As investigações internacionais revelaram que os autocarros da Yutong possuem um cartão SIM que permite atualizações remotas e acesso para diagnóstico, o que, em teoria, poderia ser explorado para controlar ou desativar "partes críticas" do veículo.
Em Portugal, onde estes autocarros operam em cidades como Guimarães e Braga, a notícia levou a ações preventivas.
A operadora Guimabus iniciou um processo de investigação para averiguar a existência de cartões SIM ocultos que possam enviar dados para a fabricante. Por sua vez, o município de Braga antecipou-se, incluindo no concurso público para a aquisição de 35 autocarros Yutong cláusulas que impõem "regras rigorosas que impedem qualquer forma de acesso remoto não autorizado" e garantem que todos os dados recolhidos são propriedade exclusiva da entidade adjudicante. Em resposta, a Yutong emitiu um comunicado a garantir que "ninguém pode aceder ilegitimamente ou visualizar os dados sem autorização dos clientes" e que os veículos na Europa "não suportam o controlo remoto de aceleração, direção ou travagem". A empresa afirmou ainda que os dados são armazenados na União Europeia, num centro de dados da AWS em Frankfurt, e que cumpre as normas internacionais de cibersegurança, como a UN R155 e a UN R156.
O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) já solicitou informações adicionais à Noruega sobre os testes realizados, evidenciando a seriedade com que as autoridades portuguesas encaram este risco emergente.













