Especialistas e empresas tecnológicas preveem que 2026 será um ano decisivo para a preparação de uma transição para a criptografia pós-quântica, face à crescente ameaça da estratégia “harvest now, decrypt later” (recolher agora, decifrar depois).

Empresas como a NordVPN, Zscaler e Check Point destacam nos seus relatórios de previsões que, embora os ataques quânticos ainda não estejam ao alcance de criminosos comuns, atores maliciosos, incluindo estados-nação, já estão a armazenar grandes volumes de dados encriptados com o objetivo de os decifrar no futuro, quando a tecnologia quântica o permitir. Marijus Briedis, CTO da NordVPN, lembra que “o mercado quântico poderá ultrapassar os 5 mil milhões de dólares em 2026”. A Check Point reforça que “o risco quântico é sobre os dados de hoje, não sobre as máquinas de amanhã”.

Em resposta, a indústria já se está a mover.

A Oracle, por exemplo, introduziu no Oracle Linux 9.7 capacidades avançadas de criptografia pós-quântica. A aplicação de mensagens seguras Session também anunciou o desenvolvimento do seu Protocolo V2, que incluirá criptografia pós-quântica para proteger as comunicações futuras.

Werner Vogels, CTO da Amazon, também incluiu a cibersegurança pós-quântica nas suas previsões, sublinhando a urgência da transição.

Esta corrida contra o tempo visa proteger décadas de dados sensíveis, desde segredos governamentais a informações pessoais e financeiras, que poderão ficar vulneráveis quando a era quântica se tornar uma realidade.