A gigante dos semicondutores pretende, com este movimento, reforçar a sua posição na computação de ponta e na inteligência artificial, democratizando o acesso às suas tecnologias mais avançadas para milhões de criadores, estudantes e empresas. A aquisição representa um movimento estratégico para a Qualcomm, que visa simplificar o acesso às suas tecnologias mais complexas para a vasta comunidade de 33 milhões de utilizadores da Arduino.

A empresa garantiu que a Arduino "manterá a sua marca e missão" independentes, incluindo o seu "espírito open source" e o suporte a chips de outros fornecedores.

O primeiro fruto desta união já foi anunciado: a Arduino Uno Q, uma nova placa de computação que integra o processador Qualcomm Dragonwing QRB2210. Este chip inclui uma CPU de quatro núcleos Arm Cortex-A53, uma GPU Adreno 702 e um microcontrolador em tempo real, combinando computação de alto desempenho com controlo preciso, além de conectividade Wi-Fi e Bluetooth. A notícia gerou entusiasmo, mas também preocupação na comunidade de código aberto, que teme que a aquisição por uma grande empresa possa, a longo prazo, levar ao fecho do ecossistema ou a uma mudança de foco para clientes corporativos, em detrimento dos entusiastas e educadores que formam a base da Arduino.

No entanto, a natureza aberta do hardware e software da plataforma poderá permitir a criação de alternativas (forks) caso a comunidade se sinta insatisfeita com o rumo futuro.