Briefing: União Europeia

A União Europeia restringiu a emissão de vistos de múltiplas entradas para cidadãos russos, exigindo pedidos individuais para cada viagem. A medida visa aumentar a segurança, responder à agressão na Ucrânia e harmonizar a política de vistos entre os Estados-membros, utilizando-a como uma ferramenta de pressão diplomática.

A UE acelera o processo de alargamento, com Montenegro, Ucrânia e Moldova a registarem progressos notáveis, apesar de desafios como o veto húngaro. O alargamento é visto como uma necessidade geopolítica, embora o cronograma para a adesão de novos membros permaneça incerto, com a Geórgia a enfrentar um retrocesso democrático.

A crescente atividade de drones não identificados sobre infraestruturas críticas na Europa, especialmente na Bélgica, levou ao encerramento de aeroportos e a uma resposta coordenada de segurança.

As suspeitas recaem sobre a Rússia, motivando países como o Reino Unido a prestar apoio e a Polónia a acelerar as suas próprias defesas anti-drone, enquanto a UE planeia uma estratégia comum.

A UE alcançou um acordo para uma redução de 90% das emissões de CO2 até 2040, demonstrando um compromisso renovado com as metas climáticas antes da COP30. O pacto inclui maior flexibilidade para os Estados-membros, como o aumento do uso de créditos de carbono internacionais, apesar da oposição de alguns países do leste europeu.

Face a uma ameaça russa considerada "real" e iminente, a Alemanha iniciou um ambicioso programa de rearmamento com o objetivo de ter o maior exército convencional da UE. Esta mudança estratégica, apoiada por um aumento significativo do orçamento de defesa, visa reforçar a capacidade de dissuasão da NATO e a segurança coletiva europeia.

A UE intensificou o seu apoio à Ucrânia através de ajuda financeira e energética de emergência, ao mesmo tempo que a integra no Fundo Europeu de Defesa. O bloco continua a explorar mecanismos como o uso de ativos russos congelados para garantir a sustentabilidade do apoio a longo prazo, reforçando a resiliência de Kiev e a segurança europeia.

Apesar do objetivo de fortalecer os laços entre a Europa e a América Latina, a cimeira UE-CELAC foi enfraquecida pela ausência de líderes chave da UE.

Os presentes, como António Costa e Luís Montenegro, sublinharam a importância do multilateralismo, mas a baixa participação europeia levantou questões sobre o empenho do bloco na parceria birregional.

Os EUA concederam à Hungria uma isenção de um ano para continuar a importar energia russa, uma cedência negociada por Viktor Orbán junto de Donald Trump. O acordo, que inclui a compra de gás americano pela Hungria, expõe as tensões na política de sanções ocidentais e reforça a posição ambígua de Budapeste entre a Rússia e os seus aliados da UE e NATO.

A Comissão Europeia avançou com um plano estratégico para uma rede ferroviária de alta velocidade que conectará toda a UE até 2040, incluindo a tão esperada ligação Lisboa-Madrid.

O projeto visa tornar o comboio mais rápido e sustentável, promovendo a coesão territorial e a competitividade económica do bloco.

A França tomou a medida inédita de suspender a Shein devido à venda de produtos ilegais, incluindo artigos pedopornográficos, e está agora a instar a UE a aplicar sanções.

O caso expõe as falhas de fiscalização nos marketplaces digitais e aumenta a pressão para uma regulamentação europeia mais estrita.

Em resposta às ameaças híbridas e à agressão russa, a UE e a NATO estão a implementar medidas de defesa robustas no flanco leste.

A instalação de sistemas anti-drone na Polónia e Roménia, juntamente com o desenvolvimento de um "Schengen Militar", visa aumentar a prontidão e a capacidade de dissuasão da Aliança, agilizando a mobilidade militar em todo o continente.

Acontecimentos políticos na República Checa e na Polónia, como a eleição de um presidente do parlamento de extrema-direita em Praga e o bloqueio presidencial em Varsóvia, sinalizam um aumento das tensões internas e um desafio à coesão e aos valores da União Europeia.

Estas crises refletem o crescente poder de forças populistas e eurocéticas na Europa Central.