O acordo, que segundo a Comissão Europeia foi “o melhor possível em circunstâncias muito difíceis”, evitou a imposição de tarifas de 30% que Washington ameaçava aplicar. No entanto, o pacto inclui contrapartidas significativas por parte da UE, como o compromisso de comprar 750 mil milhões de dólares em energia norte-americana e investir 600 mil milhões de dólares adicionais nos EUA, além de aumentar as aquisições de equipamento militar. Alguns setores estratégicos, como o aeroespacial, beneficiarão de “tarifas zero”. A reação europeia foi largamente negativa. O primeiro-ministro francês, François Bayrou, classificou o dia como “sombrio”, em que a Europa “se resigna à submissão”. De forma mais contundente, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, afirmou que “Trump comeu Ursula ao pequeno-almoço”. Em Portugal, o ministro Paulo Rangel admitiu que o acordo “vai ser muito exigente para a Europa”, enquanto o candidato presidencial Luís Marques Mendes o descreveu como “o acordo possível”, pois a alternativa “era termos uma guerra comercial e isso ainda era pior”. O líder do PS, José Luís Carneiro, considerou-o “não o ideal, mas o possível”. Várias vozes, como a do eurodeputado socialista Francisco Assis, falaram numa “capitulação” da Europa, e a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, criticou um acordo que “nos põe a pagar aos Estados Unidos as suas armas e energia fóssil para proteger a indústria alemã”.
