Num discurso na Roménia, Orbán foi categórico: “Não haverá orçamento europeu até recebermos o nosso dinheiro”. A Comissão Europeia mantém bloqueados pelo menos 10 mil milhões de euros devido a preocupações com a independência judicial, corrupção e direitos fundamentais na Hungria. Embora Budapeste tenha recebido uma parte dos fundos que lhe eram devidos, a maior fatia continua retida, com Bruxelas a considerar que o governo húngaro cumpriu apenas metade dos 27 requisitos negociados. A aprovação do orçamento da UE para o período de 2028 a 2034 exige unanimidade entre os Estados-Membros, o que confere a Orbán um poder de veto significativo. A sua ameaça surge num momento em que a Hungria se prepara para assumir a presidência rotativa do Conselho da UE, colocando-a numa posição central nas negociações orçamentais. O primeiro-ministro húngaro, um dos líderes europeus mais críticos de Bruxelas e próximo de Moscovo, aproveitou o discurso para reiterar a sua oposição à integração da Ucrânia na UE, argumentando que isso significaria “importar uma guerra para o bloco comunitário”.
