A decisão, vista como uma cedência estratégica por parte de Bruxelas, implica compromissos significativos nas áreas da energia e da defesa.
O acordo foi amplamente recebido na Europa como uma capitulação perante as táticas negociais agressivas do Presidente dos EUA, Donald Trump.
O antigo ministro da Economia português, Manuel Caldeira Cabral, descreveu a abordagem de Bruxelas como pragmática, mas admitiu ter havido "alguma capitulação" para lidar com o "bully americano".
Os termos do acordo são exigentes para a Europa: a UE comprometeu-se a adquirir 750 mil milhões de dólares em energia norte-americana, a investir 600 mil milhões de dólares adicionais nos EUA e a aumentar as compras de equipamento militar americano.
Esta estrutura levou figuras proeminentes, como o ex-secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, a classificar o pacto como uma "colossal derrota" e uma "humilhação" para a Europa.
A reação em França foi igualmente contundente, com o Presidente Emmanuel Macron a lamentar que a Europa "não é suficientemente temida" na esfera internacional.
Em contraste, a Comissão Europeia, através do comissário Maroš Šefčovič, defendeu o acordo como "o melhor que poderíamos obter em circunstâncias muito difíceis".
Já o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou-o "bom para os dois lados", citando os dados de crescimento económico como prova do seu benefício mútuo.
O acordo é visto por muitos analistas como um triunfo da política protecionista de Trump, que mina a autonomia estratégica europeia e impõe pesados custos económicos em troca de estabilidade comercial.