O pacto inclui ainda significativos compromissos europeus na compra de energia e equipamento militar norte-americano.
O acordo, negociado entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente dos EUA, Donald Trump, foi recebido com reações mistas na Europa.
Embora evite a imposição de tarifas mais gravosas de 30% que a administração norte-americana ameaçava aplicar, é amplamente visto como um reflexo da debilidade estratégica da UE. O Presidente francês, Emmanuel Macron, lamentou a falta de poder dissuasor do bloco, afirmando que “para sermos livres, temos de ser temidos.
E nós não temos sido suficientemente temidos”.
O acordo obriga a UE a compromissos substanciais, incluindo a compra de 750 mil milhões de dólares em energia norte-americana e um investimento adicional de 600 mil milhões nos EUA, para além do aumento das aquisições de material militar. Analistas consideram o pacto um “mau acordo” e um sinal de submissão, argumentando que a Europa cedeu em toda a linha sem obter contrapartidas significativas, o que poderá beneficiar estrategicamente a China.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, reconheceu que o acordo “vai ser muito exigente para a Europa”, embora traga “previsibilidade e estabilidade”.
A forma como as negociações foram conduzidas, com a reunião a decorrer no clube de golfe de Trump na Escócia, foi descrita em várias análises como uma “humilhação” para a liderança europeia, expondo as vulnerabilidades do bloco num cenário geopolítico cada vez mais fragmentado e competitivo.