A decisão gerou reações divergentes, sendo vista como um "passo essencial para a paz" por uns e uma "recompensa ao terrorismo" por Israel.
A iniciativa ganhou força após uma conferência nas Nações Unidas, onde Portugal e outros 14 países, incluindo vários membros da UE, assinaram uma declaração conjunta manifestando a sua “consideração positiva” em reconhecer o Estado da Palestina.
O Governo português anunciou que irá auscultar o Presidente da República e os partidos com assento parlamentar, com o objetivo de concluir o processo em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU.
Este movimento é justificado pela “evolução altamente preocupante do conflito” e pelas garantias apresentadas pela Autoridade Palestiniana, como a condenação do Hamas e o compromisso com um futuro Estado desmilitarizado.
A embaixadora da Palestina em Lisboa classificou a intenção como “muito importante e corajosa”.
Em contraste, o embaixador de Israel em Portugal considerou que a decisão seria um “prémio para os terroristas”. A nível interno, a questão divide os partidos portugueses: à esquerda, critica-se a demora na decisão, com o PCP a afirmar que Portugal “já devia ter saído da lista da vergonha”; à direita, o Chega defende que se deve aguardar por um consenso europeu, enquanto Marques Mendes (candidato presidencial) a considera “inevitável”. A decisão do Reino Unido e do Canadá de seguir um calendário semelhante acentua a pressão sobre Israel e o seu principal aliado, os EUA, que se opõem a um reconhecimento unilateral.