A negociação, liderada por Ursula von der Leyen e Donald Trump, foi recebida com reações mistas, levantando questões sobre a autonomia estratégica e o poder negocial do bloco europeu.
O acordo, alcançado após meses de tensão, impõe à União Europeia compromissos significativos para além da aceitação das tarifas. O bloco comprometeu-se a adquirir 750 mil milhões de dólares em produtos energéticos norte-americanos nos próximos três anos, num esforço para substituir as fontes russas, e a investir 600 mil milhões de dólares adicionais nos EUA, além de aumentar as aquisições de material militar.
Esta assimetria gerou um forte debate interno, com o Presidente francês, Emmanuel Macron, a lamentar a debilidade europeia, afirmando que "para sermos livres, temos de ser temidos.
E nós não temos sido suficientemente temidos".
Várias análises nos artigos descrevem o acordo como uma "capitulação" e uma "submissão inevitável", argumentando que a UE, fragilizada pela sua dependência securitária dos EUA no âmbito da NATO e do apoio à Ucrânia, não teve poder negocial para alcançar melhores condições.
Outras perspetivas, como a do Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa, consideram o pacto positivo, pois traz "previsibilidade e estabilidade", evitando uma guerra comercial com tarifas que poderiam chegar aos 30%. A negociação com um líder "irracional e imprevisível" como Trump foi vista como um exercício de pragmatismo para proteger setores-chave, como o aeronáutico, ainda que à custa de sacrifícios noutros, como o agroalimentar, e de um enfraquecimento da autonomia estratégica europeia.