O entendimento, promovido pela administração de Donald Trump, estabelece tarifas de 15% sobre a maioria dos produtos europeus e, em contrapartida, obriga a UE a compromissos significativos, incluindo a compra de 750 mil milhões de dólares em produtos energéticos norte-americanos e um investimento de 600 mil milhões de dólares nos EUA.
A negociação expôs profundas divisões no seio do bloco europeu.
Países com um forte superavit comercial com os EUA, como a Alemanha e a Itália, foram dos principais impulsionadores do acordo, enquanto a França o considerou uma “rendição”.
Em Portugal, as reações foram díspares: o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa elogiou o pacto por trazer estabilidade, considerando-o “bom para os dois lados”, enquanto figuras da oposição, como Pedro Nuno Santos, o criticaram, afirmando que “quem sai a perder são os trabalhadores e a indústria portuguesa”.
Analistas apontam que a Europa, ao ceder, revelou uma fraqueza estratégica, motivada pela sua dependência securitária no âmbito da NATO e pelo apoio à Ucrânia, fatores que limitaram a sua margem negocial.
A ausência de uma resposta europeia mais robusta, como a ameaça de taxar os serviços digitais norte-americanos, foi notada, reforçando a perceção de uma “capitulação” que poderá ter consequências geopolíticas, nomeadamente ao fortalecer a posição da China.