Numa carta dirigida a Ursula von der Leyen, António Costa e Kaja Kallas, os parlamentares, entre os quais se incluem os socialistas portugueses Marta Temido e Bruno Gonçalves, condenaram o que descrevem como uma “campanha estatal em grande escala que visa a aniquilação do povo palestiniano” e as “constantes violações do direito internacional” em Gaza e na Cisjordânia.
A missiva apela ainda a um cessar-fogo imediato, à libertação de todos os reféns e à imposição de sanções abrangentes contra colonos israelitas violentos.
No entanto, esta pressão do Parlamento Europeu esbarra na falta de consenso entre os Estados-membros.
Diplomatas da UE confirmaram que não existe, de momento, a maioria qualificada de 15 países (representando 65% da população) necessária para aprovar sanções. Países influentes como a Alemanha e a Itália têm bloqueado estas medidas, preferindo “continuar o diálogo” com Israel e aguardar uma evolução da situação humanitária, na esperança de que o governo de Netanyahu permita um aumento na distribuição de ajuda aos palestinianos.
Esta divisão interna paralisa a capacidade de ação do bloco, evidenciando um descompasso entre a urgência expressa pelos eurodeputados e a cautela diplomática dos governos nacionais.