Europa acelera rearmamento com aumento de despesa em Defesa
Num contexto de crescente instabilidade global, marcado pela guerra na Ucrânia, as nações europeias estão a acelerar um processo de rearmamento, alinhando-se com os compromissos assumidos no seio da NATO e da União Europeia. Portugal insere-se nesta tendência, com o Governo a anunciar um incremento adicional de mil milhões de euros na despesa militar para 2025, visando atingir a meta de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) dedicada à Defesa, o que elevará o total para 5,9 mil milhões de euros. Este valor representa cerca de 54% de todo o investimento público previsto para o mesmo ano. A longo prazo, a meta acordada na NATO aponta para um investimento de 5% do PIB até 2035, um valor que, em Portugal, equivaleria a 88% do atual orçamento da Saúde.
Esta corrida ao armamento é vista por analistas como uma ameaça ao Estado social, desviando recursos de áreas como a saúde e a educação.
Para concretizar este aumento de investimento, Portugal está a preparar candidaturas a fundos europeus em áreas estratégicas como “munições, sistemas de satélite, sistemas terrestres, plataformas navais e sistemas não tripulados”.
A tendência de reforço militar é visível noutros países, como a Polónia, que em 2030 terá mais tanques do que o Reino Unido, Alemanha, França e Itália juntos, e a Alemanha, que participa em importantes manobras da NATO como o exercício “Quadriga 2025”.
Em resumoPortugal comprometeu-se com um aumento substancial da despesa militar para cumprir as metas da NATO e da UE, planeando atingir 2% do PIB já em 2025. Enquanto o Governo prepara candidaturas a fundos europeus para áreas como munições e sistemas navais, crescem as preocupações sobre o impacto desta corrida ao armamento nos investimentos sociais e no desvio de recursos de outras áreas prioritárias.
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