Mecanismo Europeu de Proteção Civil em Debate Durante Incêndios em Portugal
A gestão dos incêndios em Portugal reacendeu o debate sobre a ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, com a Comissão Europeia a confirmar que o Governo português não solicitou a sua ativação, apesar da gravidade da situação. A decisão do executivo de não pedir ajuda externa gerou críticas por parte da oposição, nomeadamente do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, que defendeu que o mecanismo devia ter sido acionado para pré-posicionar meios aéreos. O secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, justificou a decisão afirmando que o mecanismo “é acionado em último recurso” e que, até ao momento, “ainda não foi necessário”, dado que Portugal dispõe de um dispositivo de 72 meios aéreos e nunca teve todos empenhados em simultâneo.
O governante acrescentou que as condições meteorológicas, como o fumo, muitas vezes impedem a atuação dos meios aéreos.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, alinhou com o Governo, considerando “prudente não começar por fazer apelos que são desproporcionados”, para não “banalizar esse pedido”. Por outro lado, o vice-presidente da Associação de Técnicos da Proteção Civil e o comandante dos Bombeiros de Sacavém defenderam a necessidade de acionar o mecanismo, alertando para a exaustão dos operacionais no terreno. O comandante Armando Baptista foi perentório: “Se a situação não melhorar, terá de ser acionado o mecanismo europeu: os bombeiros estão exaustos”.
Esta divergência de opiniões evidencia a tensão entre a gestão política dos recursos e a perceção das necessidades no combate direto aos incêndios.
Em resumoA não ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil durante os incêndios em Portugal gerou um debate político sobre a suficiência dos meios nacionais, opondo a prudência do Governo e do Presidente à urgência expressa pela oposição e por comandantes no terreno.
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