Acordo Tarifário entre a União Europeia e os Estados Unidos

A decisão, no entanto, gerou fortes críticas na Europa, com acusações de cedência à administração norte-americana e expondo divisões entre os Estados-membros.

O acordo, firmado a 25 de julho e com entrada em vigor a 7 de agosto, foi apresentado como um passo para o fortalecimento da União Europeia e para enfrentar o domínio das grandes plataformas digitais americanas. O limite de 15% representa metade do valor inicialmente anunciado por Washington, mas foi qualificado por "antiamericanistas europeus" como um "mau acordo", acusando a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de se ter "rendido ao presidente americano". Esta perceção de submissão, apelidada nos bastidores de Bruxelas como o "Dia da Humilhação", reflete as profundas clivagens no seio da UE.

Países com fortes superavits comerciais com os EUA, como a Alemanha e a Itália, pressionaram pela aceitação do pacto para evitar uma guerra comercial prejudicial às suas economias.

Em contrapartida, França considerou a postura europeia uma "rendição".

O acordo inclui ainda a promessa de investimento europeu nos EUA e a compra de produtos energéticos, o que levanta questões sobre a autonomia estratégica do bloco.

A situação expõe a dificuldade da UE em apresentar-se como uma força unida e a sua dependência em matéria de segurança, que a torna vulnerável a pressões económicas. A capitulação europeia é vista como um sinal de fraqueza num cenário geopolítico cada vez mais competitivo, onde a UE parece oscilar entre o "seguidismo estratégico" e a construção de uma verdadeira autonomia.