A crescente pressão interna e externa evidencia as profundas divisões entre os Estados-membros sobre como responder à crise humanitária e às violações dos direitos humanos na região.
A pressão sobre as instituições europeias intensificou-se com uma carta de 40 eurodeputados, incluindo quatro socialistas portugueses, dirigida a Ursula von der Leyen, António Costa e Kaja Kallas.
A missiva apela a "um cessar-fogo imediato e a libertação de todos os reféns israelitas", mas também a "medidas abrangentes que visem todos os colonos israelitas, especialmente os violentos", e a suspensão das relações comerciais. Os signatários acusam Israel de uma "campanha estatal em grande escala que visa a aniquilação do povo palestiniano" e alertam que Bruxelas "deve agir de forma decidida, defendendo os seus valores fundamentais".
A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, reagiu às imagens "aterradoras" de reféns divulgadas pelo Hamas, exigindo a sua libertação "imediata e incondicionalmente". No entanto, a capacidade de ação da UE está paralisada pela falta de unidade.
Para aprovar qualquer medida, é necessária uma maioria de 15 Estados-membros que representem 65% da população, um consenso que não existe.
Países como a Alemanha e a Itália preferem "continuar o diálogo" com Israel, bloqueando a imposição de sanções.
Esta aplicação inconsistente do direito internacional, como adverte um ex-embaixador, está a prejudicar a credibilidade da Europa junto do Sul Global.
A Eslovénia destacou-se ao tornar-se o único país da UE a proibir todo o comércio de armas com Israel.