Mecanismo Europeu de Proteção Civil e Incêndios em Portugal
Perante a vaga de incêndios que assola Portugal, a ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil tornou-se um ponto central do debate político, com o Governo a ser criticado pela oposição por não ter solicitado ajuda externa de forma preventiva. A controvérsia reflete a tensão entre a soberania na gestão de crises e a necessidade de recorrer à solidariedade europeia perante catástrofes de grande dimensão. O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, antigo ministro da Administração Interna, defendeu que o Governo devia ter ativado os mecanismos de cooperação com a União Europeia para "pré-posicionar meios aéreos", argumentando que, "em função do contexto meteorológico, possamos mobilizar esses meios de forma mais célere". Carneiro sublinhou que recorrer a este apoio não seria um "sinal de fragilidade", mas sim a utilização de "recursos comuns".
A líder da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, também criticou a demora na declaração da situação de alerta, afirmando que "vem tarde". Em resposta, o secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, esclareceu que o mecanismo europeu "é acionado em último recurso" e que, até ao momento, "ainda não foi necessário", uma vez que o dispositivo nacional de 72 meios aéreos nunca foi totalmente empenhado. Rui Rocha acrescentou que o mecanismo "não é uma bolsa de meios aéreos que está disponível" para cada país utilizar livremente. O presidente da Liga dos Bombeiros, António Nunes, corroborou a ideia de que a situação de alerta poderia ter sido ativada mais cedo, enquanto o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou a decisão do Governo sensata, afirmando que "mais vale prevenir do que remediar".
Em resumoO debate sobre o Mecanismo Europeu de Proteção Civil realça a tensão entre a gestão nacional de crises e a solidariedade europeia. Enquanto a oposição defende uma ativação preventiva para aliviar os bombeiros exaustos, o Governo considera-a um último recurso, argumentando que os meios nacionais ainda são suficientes.
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