Estas situações ilustram a tensão entre a necessidade de controlo fronteiriço e os direitos dos trabalhadores e migrantes. O acordo-piloto para o retorno de migrantes entre o Reino Unido e a França, que entrou em vigor a 5 de agosto, representa mais um passo na tentativa de gerir os fluxos migratórios no Canal da Mancha, uma questão que tem gerado tensões políticas entre os dois países e dentro da UE. Simultaneamente, a greve convocada pelo sindicato espanhol UGT na Azul Handling, que presta serviços à Ryanair em Espanha, evidencia as pressões sobre os trabalhadores do setor da aviação, um ponto nevrálgico para a mobilidade dentro do espaço europeu.
A paralisação, motivada por sanções contra trabalhadores que recusam horas não obrigatórias, afeta múltiplos aeroportos e pode causar atrasos e cancelamentos, impactando a livre circulação de pessoas, um dos pilares da UE. Estes dois eventos, embora de natureza distinta, refletem os desafios que a Europa enfrenta: por um lado, a gestão de fronteiras externas e as relações com países terceiros como o Reino Unido pós-Brexit; por outro, a garantia de condições de trabalho justas num mercado único cada vez mais competitivo e pressionado.