A crise diplomática entre Washington e Brasília testa os alinhamentos globais e a capacidade da UE de navegar num cenário de crescente protecionismo e politização do comércio.
A administração Trump aplicou uma sobretaxa de 50% a vários produtos brasileiros, uma medida vista como uma retaliação direta contra o sistema judicial brasileiro e, em particular, contra o juiz Alexandre de Moraes, que decretou a prisão domiciliária de Jair Bolsonaro.
O presidente brasileiro, Lula da Silva, embora se tenha mostrado "aberto ao diálogo" com Trump, criticou o "ataque comercial" como "injusto" e afirmou que "quem define os rumos do Brasil são os brasileiros". A situação é acompanhada com atenção em Bruxelas, uma vez que a UE acabou de fechar o seu próprio acordo tarifário com os EUA para evitar uma guerra comercial.
A ação de Trump contra o Brasil demonstra a sua disposição para usar o comércio como arma política, um precedente que preocupa os parceiros europeus.
A crise sublinha a fragilidade das relações comerciais internacionais e a forma como as alianças políticas, como a de Trump com Bolsonaro, podem influenciar diretamente a economia global, forçando a UE a reavaliar as suas próprias estratégias comerciais e diplomáticas.