O acordo comercial, firmado a 27 de julho, representa uma tentativa de apaziguamento face à política protecionista da administração Trump. O porta-voz da Comissão para o comércio, Olof Gil, afirmou que “os Estados Unidos comprometeram-se com a UE que a tarifa geral de 15% incluirá as exportações da UE de produtos farmacêuticos, automóveis e semicondutores, e esperamos que cumpram esse compromisso o mais rapidamente possível”.
A UE, por sua vez, suspendeu as medidas de retaliação previstas, embora estas possam ser reativadas.
O pacto inclui ainda um compromisso europeu para a compra de 750 mil milhões de dólares em energia norte-americana, visando substituir o gás russo, e um investimento adicional de 600 mil milhões. Contudo, a perceção de vários analistas é de que o acordo constitui uma “humilhação” para a Europa, revelando profundas clivagens internas.
Países com um elevado superavit comercial com os EUA, como a Alemanha, pressionaram pela aceitação do acordo para proteger as suas indústrias, enquanto a França o considerou uma “rendição”.
Esta divisão demonstra a dificuldade da UE em formular uma resposta estratégica unificada, ficando refém dos diferentes interesses económicos dos seus Estados-membros.
A situação é descrita como uma capitulação que pode levar a Europa a um papel de “soberania subordinada” a Washington, minando a sua credibilidade como bloco geopolítico autónomo.