Lei Europeia para a Liberdade dos Media Entra em Vigor para Proteger Jornalistas e Pluralismo
Entrou em vigor a Lei Europeia para a Liberdade dos Meios de Comunicação Social (EMFA), a primeira legislação a nível da União Europeia que visa harmonizar as regras de independência e pluralismo dos media. O regulamento introduz novas proteções para jornalistas e suas fontes, aumenta a transparência da propriedade dos órgãos de comunicação social e reforça a independência dos serviços públicos. A nova legislação europeia, cujas principais disposições começaram a ser aplicadas a 8 de agosto, proíbe as autoridades de pressionarem jornalistas a revelar as suas fontes, nomeadamente através de detenção, sanções ou instalação de software de vigilância. Para garantir a independência dos meios de comunicação social públicos, os seus dirigentes devem ser selecionados através de procedimentos transparentes e não podem ser demitidos sem justa causa antes do final do mandato. A EMFA exige ainda que todos os órgãos noticiosos publiquem informações sobre os seus proprietários numa base de dados nacional, aumentando a transparência sobre quem controla os media e que interesses podem influenciar a informação.
Outra medida relevante é a criação de um mecanismo para impedir que plataformas online de grande dimensão, como o Facebook ou o X, restrinjam ou eliminem arbitrariamente conteúdos de meios de comunicação social independentes.
Segundo Carla Martins, membro do Conselho Regulador da ERC, “o quadro jurídico nacional está bastante alinhado com várias das disposições do EMFA”, e em certas áreas, como a transparência na distribuição da publicidade institucional do Estado, Portugal já possui legislação avançada.
A criação da lei foi impulsionada pelo diagnóstico de uma “diminuição ano após ano de independência” dos media na UE, vulneráveis à captura pelo poder político e económico.
Em resumoA EMFA estabelece um novo enquadramento legal em toda a UE para proteger a liberdade de imprensa, o pluralismo e a independência dos jornalistas. A legislação visa garantir a autonomia dos meios de comunicação públicos, aumentar a transparência da propriedade e regular a relação com as grandes plataformas digitais, com Portugal já a apresentar um alinhamento significativo com as novas regras.
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