Esta posição surge num momento de intensa atividade diplomática, com os líderes europeus a procurarem uma frente comum antes da cimeira entre Trump e Vladimir Putin.

Numa reunião por videoconferência convocada pela alta representante Kaja Kallas, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, incluindo o português Paulo Rangel, emitiram uma declaração conjunta sublinhando que “alcançar uma paz e segurança justas e duradouras” para a Ucrânia “deve respeitar o direito internacional, incluindo os princípios da independência, soberania, integridade territorial e a proibição de alterações das fronteiras internacionais pela força”.

A declaração, da qual a Hungria se absteve, reforça que “o povo ucraniano deve ter a liberdade de decidir o seu futuro” e que negociações significativas só podem ocorrer no contexto de um cessar-fogo. A iniciativa diplomática europeia intensificou-se para evitar um acordo entre Washington e Moscovo que seja prejudicial a Kiev, especialmente depois de o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter rejeitado a sugestão de Trump de uma “troca de territórios”.

Nesse sentido, o chanceler alemão, Friedrich Merz, convocou uma reunião virtual com Trump, Zelensky, o secretário-geral da NATO e vários líderes europeus, incluindo Ursula von der Leyen e António Costa, para formar uma frente comum antes da cimeira no Alasca. Os líderes europeus reafirmaram a intenção de continuar a prestar apoio político, financeiro, militar e diplomático à Ucrânia, bem como a manter as medidas restritivas contra a Rússia, considerando que uma solução diplomática deve proteger os “interesses vitais de segurança da Ucrânia e da Europa”.