A posição de Budapeste evidencia as fissuras contínuas na unidade do bloco em relação à sua política externa e de segurança. Na véspera da cimeira entre Donald Trump e Vladimir Putin, 26 dos 27 ministros dos Negócios Estrangeiros da UE emitiram uma declaração de apoio à iniciativa de diálogo, mas reiterando que uma "paz justa e duradoura" exclui "alterações de fronteiras pela força" e que "o caminho para a paz na Ucrânia não pode ser decidido sem a Ucrânia".
A Hungria foi o único país a não se associar ao texto.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, criticou abertamente a UE por, na sua opinião, "impor condições para negociações para as quais nem sequer foi convidada a participar".
Rejeitando o que descreveu como um "coro liberal e 'mainstream'", Orbán sugeriu que a UE deveria seguir o exemplo dos EUA e organizar o seu próprio encontro com o Kremlin em Bruxelas.
A Comissão Europeia reagiu afirmando que a posição húngara "não é nada de novo" e que apenas a união confere força ao bloco.
Esta dissidência não é um caso isolado e reflete a estratégia do governo de Orbán de manter laços com Moscovo, desafiando o consenso europeu e testando os limites da política externa comum da UE.