Esta intensa atividade diplomática, iniciada pelo chanceler alemão Friedrich Merz, foi crucial para garantir que a voz da Europa fosse ouvida nas negociações lideradas pelos EUA.

Perante o receio de serem marginalizados nas conversações diretas entre Donald Trump e Vladimir Putin, os líderes da UE e de vários Estados-membros, como França e Reino Unido, convocaram várias videoconferências.

Numa delas, o presidente Zelensky participou a partir de Bruxelas, onde se reuniu com Ursula von der Leyen, para preparar o encontro com Trump. Noutra, os líderes europeus e Zelensky falaram diretamente com o presidente norte-americano para lhe transmitirem as suas posições.

O chanceler alemão, Friedrich Merz, descreveu a conversa com Trump como "construtiva", sublinhando a mensagem de que a Ucrânia "deve estar à mesa" das negociações.

Estas reuniões serviram para que os europeus transmitissem os seus quatro princípios fundamentais para a paz, incluindo a necessidade de um cessar-fogo como ponto de partida e o respeito pela soberania ucraniana. A diplomacia russa desvalorizou estes contactos, descrevendo-os como "praticamente insignificantes" e acusando a UE de "sabotar" os esforços de paz. No entanto, para os líderes europeus, esta coordenação foi essencial para evitar que Trump negociasse um acordo prejudicial aos interesses de Kiev e da Europa, assegurando que o presidente americano estivesse ciente do consenso transatlântico antes de se sentar com Putin e, mais tarde, com a delegação ucraniano-europeia.