Esta perceção de marginalização motivou uma intensa mobilização diplomática para reafirmar a relevância do continente na resolução do conflito. Vários artigos e comentários refletem a ansiedade europeia, com um analista a descrever a Europa como uma "personagem à procura de um lugar na peça de Donald Trump", e outro a afirmar que o continente "parece paralisado no tempo". A ideia de que as decisões sobre o futuro da Ucrânia, um conflito na fronteira da UE, poderiam ser tomadas sem a sua participação, foi vista como um risco significativo.

O título "Zelensky e Europa fora das decisões" resume este sentimento.

Em resposta, a Europa procurou ativamente contrapor esta narrativa.

A convocatória de reuniões virtuais pelo chanceler alemão, a participação ativa da Presidente da Comissão Europeia e a subsequente viagem em massa para Washington com Zelensky foram ações concretas para garantir que a Europa não seria apenas um ator secundário que "vê e ouve de longe". O embaixador Francisco Seixas da Costa descreveu a Europa como "impotente", enquanto outros analistas, como Daniel Pinéu, argumentaram que "os Estados Unidos passaram para a Europa os custos da paz na Ucrânia e vão ficar com os ganhos".

A mobilização da "frente unida" em Washington foi, portanto, uma demonstração de força e uma tentativa de provar que a Europa não aceitaria um papel passivo, insistindo que uma paz duradoura requer o seu envolvimento direto e o respeito pelos seus princípios.