A medida será implementada caso Teerão não encontre uma solução diplomática para o seu programa nuclear até ao final de agosto. Na carta dirigida ao Secretário-Geral da ONU e ao Conselho de Segurança, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos três países europeus afirmam estar "prontos para acionar o mecanismo" que permite o restabelecimento de todas as sanções da ONU se o Irão não cooperar.

Esta tomada de posição surge meses após ataques israelitas e norte-americanos a instalações nucleares iranianas, que paralisaram as negociações. O E3, que foi parte do acordo nuclear original de 2015 (JCPOA), acusa o Irão de não cumprir os seus compromissos, destacando que Teerão acumulou um stock de urânio enriquecido "mais de 40 vezes" superior ao limite permitido. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o Irão é o único Estado sem armas nucleares a enriquecer urânio a 60%, um nível próximo do necessário para fins militares. O Irão, por sua vez, rejeita a legitimidade do E3 para reativar as sanções e está a trabalhar com a China e a Rússia para impedir a sua implementação. A ameaça europeia representa uma escalada significativa na pressão diplomática sobre Teerão, num esforço para forçar o regresso do país à mesa de negociações e à conformidade com as suas obrigações internacionais.