A acusação, veementemente rejeitada por Paris, foi motivada pela intenção francesa de reconhecer o Estado da Palestina. Numa carta oficial, Benjamin Netanyahu afirmou que a intenção de Macron de reconhecer a Palestina na próxima Assembleia-Geral da ONU estava a alimentar o "fogo antissemita" em França, instando o presidente francês a "substituir a fraqueza pela ação" até 23 de setembro. A resposta do Palácio do Eliseu foi imediata e contundente, classificando a análise de Netanyahu como "errada e abjeta" e garantindo que a carta "não ficará sem resposta". A presidência francesa sublinhou que "a República protege e protegerá sempre os seus compatriotas de confissão judaica" e que "estes são tempos que exigem gravidade e responsabilidade, não equívocos e manipulações".

O ministro dos Assuntos Europeus francês, Benjamin Haddad, reforçou que a França "não tem lições a receber quanto à luta contra o antissemitismo".

Este episódio expõe uma profunda fratura diplomática entre Israel e um dos principais membros da União Europeia.

A decisão francesa de avançar com o reconhecimento do Estado palestiniano, partilhada por outros países ocidentais, reflete uma crescente impaciência com a política do governo de Netanyahu e a estagnação do processo de paz, num contexto de guerra em Gaza e aumento da violência na Cisjordânia.