O acordo, embora traga "estabilidade e previsibilidade", gerou reações mistas, nomeadamente pela exclusão de setores como o vinho e pela preocupação da indústria farmacêutica.
A declaração conjunta, que desenvolve o acordo político alcançado a 27 de julho entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente dos EUA, Donald Trump, foi apresentada como um passo para evitar "uma guerra comercial com direitos alfandegários estratosféricos". Segundo o comissário para o Comércio, Maros Sefcovic, este é o "acordo comercial mais favorável que os EUA estenderam a qualquer parceiro".
O acordo prevê uma taxa máxima de 15% para setores estratégicos como o automóvel, semicondutores e produtos farmacêuticos. No entanto, a redução da atual taxa de 27,5% sobre os automóveis europeus está condicionada à apresentação, por parte de Bruxelas, de uma proposta para eliminar tarifas sobre produtos industriais norte-americanos. A partir de 1 de setembro, produtos como a cortiça, aeronaves e produtos farmacêuticos genéricos beneficiarão de um regime especial.
A inclusão da cortiça foi celebrada pela APCOR – Associação Portuguesa da Cortiça, que destacou o reconhecimento da sua "especificidade geográfica única".
Contudo, a exclusão dos vinhos e bebidas espirituosas foi uma desilusão para países como Portugal e França.
A Federação Europeia da Indústria Farmacêutica (EFPIA) também criticou o acordo, afirmando que "quebra um compromisso de 30 anos entre governos para proteger os pacientes" e estimando custos de 18 mil milhões de euros devido às tarifas.
As negociações sobre o aço e o alumínio, atualmente taxados a 50%, continuam sem um calendário definido.
Ursula von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, congratularam-se com a declaração, sublinhando que esta proporciona "previsibilidade" e "estabilidade".