Os incêndios florestais na União Europeia já consumiram mais de um milhão de hectares desde o início de 2025, estabelecendo um novo recorde anual desde que os registos começaram. Este valor supera o anterior máximo de 988.524 hectares, registado em 2017, ano dos trágicos incêndios em Portugal. Os dados provisórios do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS) indicam que, até meados de 21 de agosto, a área ardida atingiu 1.015.731 hectares. A situação é particularmente grave em Espanha, que lidera a lista dos países mais afetados, com cerca de 400.000 hectares queimados, o que representa quase 40% do total da UE. Seguem-se Portugal, com 274.000 hectares, e a Roménia, com 126.000 hectares.
Para Portugal, embora o valor esteja longe do recorde de 2017, representa um máximo histórico para esta altura do ano.
Quatro países — Espanha, Chipre, Alemanha e Eslováquia — já ultrapassaram os seus recordes anuais anteriores de área ardida. O EFFIS, que utiliza dados do sistema de observação por satélite Copernicus, também reportou que os incêndios em 22 dos 27 Estados-membros provocaram emissões de 35 megatoneladas de dióxido de carbono (CO2) até 19 de agosto, um nível inédito para esta data e próximo do recorde anual de 41 megatoneladas de 2017.
Este ano, os incêndios na UE já causaram vítimas mortais em Espanha (quatro), Portugal (três), Chipre (duas) e França (uma).
A crise sublinha os crescentes desafios que as alterações climáticas impõem ao continente, exigindo respostas coordenadas e um reforço das estratégias de prevenção e combate.
Em resumoEm 2025, a UE enfrenta um ano recorde de incêndios florestais, com mais de um milhão de hectares ardidos, superando o pico de 2017. Espanha e Portugal estão entre os países mais afetados, com a crise a gerar também emissões de CO2 sem precedentes para a época, destacando a urgência de uma ação climática e de proteção civil reforçada a nível europeu.