O acordo, embora procure trazer "estabilidade e previsibilidade", gera controvérsia e críticas em setores estratégicos europeus.
A declaração conjunta, que formaliza o acordo político alcançado entre Ursula von der Leyen e Donald Trump, estabelece uma tarifa máxima de 15% para a maioria dos produtos europeus, incluindo automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos.
O comissário para o Comércio, Maroš Šefčovič, defendeu o pacto como o "cenário mais favorável" que os EUA concederam a um parceiro, argumentando que a alternativa seria "uma guerra comercial com direitos alfandegários estratosféricos".
No entanto, o acordo foi recebido com ceticismo.
O antigo presidente do BCE, Mário Draghi, lamentou que a UE "tenha tido de se resignar às tarifas impostas pelo seu principal e mais antigo aliado", afirmando que a perceção do poder geopolítico e comercial do bloco "se evaporou".
Setores importantes como o vinícola, crucial para países como Portugal, França e Itália, ficaram de fora das isenções, ao contrário da cortiça, que beneficiará de um regime especial. A Federação Europeia da Indústria Farmacêutica (EFPIA) criticou duramente o acordo, afirmando que a tarifa de 15% "quebra um compromisso de 30 anos entre governos para proteger os pacientes" e poderá custar ao setor 18 mil milhões de euros. O eurodeputado André Franqueira Rodrigues classificou-o como "um mau acordo para empresas e cidadãos europeus", refletindo a perceção de que a UE fez concessões significativas para garantir a estabilidade transatlântica.