A cimeira expôs a posição secundária da Europa no processo, forçando-a a reagir a uma agenda largamente definida pelos EUA e pela Rússia.

A presença de figuras como Ursula von der Leyen, Emmanuel Macron e Friedrich Merz ao lado de Volodymyr Zelensky na Casa Branca foi descrita como um esforço para evitar que a Ucrânia ficasse isolada e para garantir que os interesses europeus fossem considerados.

No entanto, a dinâmica da reunião sublinhou a dependência europeia da liderança norte-americana.

O antigo presidente do BCE, Mário Draghi, observou que, apesar do seu contributo financeiro maciço, a UE tem desempenhado um "papel limitado nas negociações de paz". Esta perceção de impotência foi ecoada numa análise do embaixador Francisco Seixas da Costa, que afirmou que "a União Europeia vive numa situação de desespero e de impotência". A reunião foi vista por alguns analistas como uma tentativa de "seduzir" Trump, com os líderes europeus a elogiarem os seus esforços de paz.

A situação reflete um apelo feito pelo economista Jeffrey Sachs no Parlamento Europeu, que instou a Europa a encontrar uma voz própria e a não ser "submissa" a Washington.

A cimeira revelou divergências, nomeadamente sobre a necessidade de um cessar-fogo prévio, defendido pela Alemanha mas considerado desnecessário por Trump, que pressiona por um acordo de paz rápido, mesmo que isso implique concessões territoriais por parte de Kiev.