Enquanto os países europeus ameaçam reativar sanções, Moscovo e Teerão contestam a sua legitimidade para o fazer, elevando a tensão em torno do programa nuclear iraniano.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia e do Irão concordaram que nem a 'troika' europeia (E3) nem a União Europeia estão aptas para recorrer ao mecanismo de restauração de sanções, conhecido como 'snapback', previsto no acordo de 2015. Segundo Teerão e Moscovo, a recusa dos países europeus em cumprir as suas obrigações após a saída unilateral dos EUA em 2018 "os privaram de qualquer desculpa para recorrer" a este mecanismo.
Esta posição surge em resposta a uma carta enviada pelo E3 ao secretário-geral da ONU, na qual indicaram estar prontos para acionar as sanções se não for encontrada uma solução negociada para o programa nuclear iraniano até ao final de agosto. O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, advertiu que, se as sanções avançarem, Teerão "tem as ferramentas para reagir". Apesar da escalada retórica, as partes comprometeram-se a realizar um novo esforço diplomático na próxima semana, numa reunião que envolverá representantes dos Negócios Estrangeiros para tentar salvar o que resta do acordo.