Este acordo, embora procure trazer "estabilidade e previsibilidade", gerou reações mistas e deixou setores estratégicos, como o vinícola, de fora de isenções importantes.
A declaração conjunta, que formaliza o entendimento político alcançado entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente dos EUA, Donald Trump, foi apresentada como o "cenário mais favorável" que Washington concedeu a um parceiro.
O comissário para o Comércio, Maroš Šefčovič, defendeu que a alternativa seria "uma guerra comercial com direitos alfandegários estratosféricos".
O acordo abrange setores estratégicos como o automóvel, farmacêutico e semicondutores, que estarão sujeitos à taxa máxima de 15%.
No entanto, a aplicação da tarifa reduzida sobre automóveis e componentes (atualmente de 27,5%) está condicionada à apresentação, por parte de Bruxelas, de uma proposta legislativa para eliminar tarifas sobre produtos industriais norte-americanos.
Alguns setores beneficiaram de isenções, nomeadamente recursos naturais como a cortiça, o que foi saudado pela Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR).
Em contrapartida, a indústria vinícola, uma prioridade para países como França, Itália e Portugal, não conseguiu a isenção, o que gerou descontentamento.
A Federação Europeia da Indústria Farmacêutica (EFPIA) também criticou o acordo, afirmando que a tarifa de 15% sobre os seus produtos "quebra um compromisso de 30 anos para proteger os pacientes".
Figuras como o ex-presidente do BCE, Mário Draghi, consideraram que este episódio demonstra a evaporação do poder comercial da UE, que teve de se "resignar às tarifas impostas pelo seu principal e mais antigo aliado". A presidente do BCE, Christine Lagarde, alertou para a incerteza persistente e o seu potencial impacto na economia da zona euro.