A nova ronda de negociações, ao nível de vice-ministros dos Negócios Estrangeiros, tem lugar em Genebra e sucede a uma reunião anterior em Istambul. O pano de fundo é o acordo nuclear de 2015, que ficou virtualmente suspenso após a saída unilateral dos EUA em 2018. As potências europeias signatárias têm tentado manter o diálogo, mas avisaram Teerão de que poderiam reativar as sanções da ONU através do mecanismo de 'snapback' se não houver uma solução negociada.
Esta posição é firmemente rejeitada pelo Irão e pela Rússia.
Numa conversa telefónica, os ministros dos Negócios Estrangeiros russo e iraniano, Sergei Lavrov e Abbas Araqchi, concordaram que o E3 e a UE "não têm competências para reativar sanções", argumentando que a sua recusa em cumprir as suas próprias obrigações no acordo os privou desse direito. O ministro iraniano afirmou que, embora o seu país "nunca tenha abandonado o caminho da diplomacia", tem "as ferramentas para reagir" caso as sanções avancem.
As negociações ocorrem num contexto de elevada tensão, após a guerra entre Israel e o Irão e os ataques norte-americanos a instalações nucleares iranianas, o que Teerão classificou como uma "traição à diplomacia".