A decisão, descrita como uma "facada nas costas" de Kiev, expõe as crescentes tensões políticas internas na Polónia e as suas implicações para o apoio europeu à Ucrânia.
O Presidente Nawrocki, um conservador ultranacionalista eleito com o apoio do partido Lei e Justiça (PiS), justificou o veto afirmando que os subsídios "devem ser reservados apenas aos ucranianos empenhados em trabalhar na Polónia" e que a medida colocaria os polacos "em desvantagem no seu próprio país".
A decisão de vetar também o financiamento do sistema Starlink, criado pela SpaceX de Elon Musk, foi particularmente criticada.
O ministro dos Assuntos Digitais polaco, Krzystof Gawkowski, classificou a medida como "desastrosa", alertando que poderá bloquear o acesso à Internet em escolas e hospitais na Ucrânia e que representa um "presente para as forças de Putin". Varsóvia financiou dezenas de milhares de terminais Starlink para a Ucrânia desde 2022, com uma despesa anual de cerca de 45 milhões de euros.
Este veto evidencia a profunda divisão política na Polónia, onde o Presidente Nawrocki se encontra em oposição ideológica à coligação liberal e pró-europeia no poder, chefiada por Donald Tusk.
Embora o governo tenha maioria parlamentar, não possui os 60% necessários para anular um veto presidencial, o que antevê uma relação institucional difícil.