Bruxelas e Washington divulgaram uma declaração conjunta confirmando o acordo, que estabelece uma taxa máxima de 15% para a maioria dos produtos, incluindo setores estratégicos como o automóvel, farmacêutico e semicondutores. O comissário para o Comércio, Maroš Šefčovič, descreveu-o como o “cenário mais favorável que os EUA aplicaram a um parceiro”, evitando uma “guerra comercial com direitos alfandegários estratosféricos”.

No entanto, o acordo não foi isento de controvérsia, com a UE a falhar na obtenção de isenção para produtos vinícolas, uma reivindicação importante de países como França e Itália. Em contrapartida, produtos como a cortiça, aeronaves e medicamentos genéricos beneficiarão de isenções ou taxas reduzidas.

A complexidade do acordo reflete-se na condição para a redução das tarifas sobre automóveis, que depende da apresentação por parte da UE de uma proposta para eliminar tarifas sobre produtos industriais norte-americanos.

Simultaneamente, Donald Trump prometeu “enfrentar os países que atacam as incríveis empresas tecnológicas americanas”, criticando a legislação europeia sobre serviços e mercados digitais.

A Comissão Europeia respondeu, através da porta-voz Paula Pinho, que “é um direito soberano da UE e dos seus Estados-membros regulamentar as atividades económicas no nosso território”.

Esta dualidade entre cooperação comercial e confronto regulatório define o atual estado das relações económicas transatlânticas.