Estas situações refletem a crescente fragmentação política no seio do bloco e a dificuldade em formar maiorias governativas estáveis.

Em França, o primeiro-ministro François Bayrou arrisca a queda do seu governo ao submeter-se a um voto de confiança no parlamento, agendado para 8 de setembro. A decisão surge devido ao seu plano orçamental para 2026, que prevê cortes de 44 mil milhões de euros e enfrenta forte oposição.

Sem uma maioria absoluta, e com os principais partidos da oposição, desde a extrema-direita à esquerda, a anunciarem o seu voto contra, a moção de confiança parece destinada a falhar.

A queda do governo de Bayrou mergulharia a França numa nova crise institucional, podendo levar à nomeação de um novo primeiro-ministro ou à convocação de eleições antecipadas, as segundas em menos de um ano.

A incerteza já provocou reações negativas nos mercados financeiros.

Nos Países Baixos, o governo provisório de Dick Schoof sobreviveu a uma moção de censura, mas permanece fragilizado.

A crise foi desencadeada pela saída do partido Novo Contrato Social (NSC) da coligação, devido a divergências sobre a política em relação a Israel.

A demissão em bloco dos seus ministros, liderada pelo chefe da diplomacia Caspar Veldkamp, deixou o executivo com uma minoria de apenas 32 dos 150 assentos parlamentares, numa situação descrita como um “governo de restos”.

A instabilidade nos Países Baixos reflete uma tensão mais ampla na Europa sobre o conflito em Gaza, com outros governos a enfrentarem pressões semelhantes.