O ano de 2025 já é o pior de que há registo na União Europeia em termos de área ardida, com mais de um milhão de hectares consumidos por incêndios florestais. A situação, agravada por secas e ondas de calor extremas, levou à ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil em vários países, com Espanha a ser o mais afetado. De acordo com dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), a área ardida na UE ultrapassou 1.015.731 hectares, superando o recorde anterior de 2017. Espanha concentra quase 40% deste total, com cerca de 400.000 hectares queimados, enfrentando uma das piores vagas de incêndios da sua história, que já causou quatro mortes.
A situação levou o governo espanhol a declarar “zonas de catástrofe” em 16 das 17 regiões autónomas e a solicitar ajuda internacional. Em resposta, a UE mobilizou o maior contingente de ajuda desde 1975, com meios aéreos e terrestres de nove Estados-membros a juntarem-se aos esforços de combate.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, agradeceu a “solidariedade e compromisso” da Europa, mas alertou que a reconstrução das áreas devastadas poderá levar “meses, se não forem anos”.
A crise dos incêndios também atingiu severamente Portugal, com 274.000 hectares ardidos, e a Roménia.
A gravidade da situação está a alimentar o debate político em Espanha, com trocas de acusações entre o governo central e as regiões autónomas sobre a gestão e coordenação dos meios.
A Comissão Europeia, pela voz de Ursula von der Leyen, assegurou a sua solidariedade e a disponibilidade para financiar a recuperação através do Fundo Social Europeu, sublinhando a necessidade de uma resposta conjunta a uma crise exacerbada pelas alterações climáticas.
Em resumoCom mais de um milhão de hectares ardidos, 2025 marca um recorde devastador de incêndios na União Europeia, sendo Espanha o país mais atingido. A crise mobilizou uma resposta europeia sem precedentes através do Mecanismo de Proteção Civil, mas expôs tensões políticas internas e reforçou a urgência de uma estratégia comum para enfrentar os impactos das alterações climáticas.